
Claudia empolgou-se com a animação das cerca de 20 mil pessoas – a maioria adolescentes – que a assistiam e continuou cantando. Com placas improvisadas, o time de produção e seu marido e empresário, Márcio Pedreira, de 28 anos, imploravam pelo fim do show, que àquela altura já batia nas três horas de duração. Mas ela fingia não os ver. Depois de várias tentativas frustradas de fazê-la parar, Márcio se aproximou da banda e ficou esperando de braços cruzados. Quando finalmente desligou o microfone, Claudia lançou um olhar cúmplice para o marido que, sério, a abraçou e a levou até o camarim. Lá, Márcio serviu isotônico geladinho para a mulher, que estava exausta, mas feliz. “Tenho o péssimo hábito de me jogar de cabeça em tudo e esquecer que precisa haver um limite”, disse Claudia em Americana, cidade paulista, onde ela se apresentara dois dias antes do show em Goiânia.
A reportagem de QUEM acompanhou os últimos dois shows da cantora antes do lançamento oficial de sua carreira solo nas próximas semanas. Após a apresentação no Centro-Oeste, ela e o marido ficariam uma semana fora do ar.
“Quero dar uma estabilizada no meu interior para voltar com tudo”, afirmou a cantora. O casal iria se recolher em um famoso spa na região da Serra da Cantareira, em São Paulo. A parada estratégica servirá para dar gás novo à cantora, que, a partir do próximo dia 2, começa uma nova maratona, em São Paulo, com o lançamento do DVD duplo. No dia 4, estréia o show da turnê solo no Credicard Hall.

Sem medo de arriscar

Os cinco anos que passou no comando da banda Babado Novo foram decisivos para que ela adquirisse essa segurança. Como líder do grupo, a loira se firmou como uma artista do primeiro time do axé brasileiro, vendeu mais de 650 mil cópias de seus seis discos, segundo dados da gravadora Universal, e emplacou tantos hits nas paradas musicais quanto fez fãs. Só no ano passado, três canções do Babado figuravam no ranking das 100 músicas mais tocadas em 2007 da revista Sucesso: “Doce paixão”, “Pensando em você” e “Insolação do coração”. Os campeões dessa lista são o rapper americano Akon, com cinco músicas, e Ivete, com quatro.
A partir de agora, com a estratégia de marketing que envolve a artista, sua agenda tem uma média de 15 shows por mês confirmados até o Carnaval do ano que vem. É como se ela repetisse a performance de Goiânia um dia sim outro não. Especula-se que seu cachê por show esteja em torno de 200 mil reais, metade do que cobraria Ivete Sangalo, a quem vive sendo comparada. “As comparações são inevitáveis, mas não existe rixa nenhuma. Brinco que é tudo intriga da oposição”, diz Claudia.
Em outubro, ela embarca com sua banda para uma miniturnê pela Inglaterra e Suíça, uma nova experiência para a cantora que já foi estrela do Brazilian Day em Nova York. “Fizemos um DVD de primeiro mundo para servir de cartão de visita, visando a carreira internacional da Claudinha”, afirma Cal Adan, ex-mentor do É o Tchan e um dos empresários da cantora.
Dois dias antes de se esbaldar em Goiânia, Claudia cantou para mais de 50 mil pessoas, na quinta-feira (19), na festa de peão de Americana. Sorridente e muito elegante com um sobretudo branco, ela chegou, por volta das 22h30, ao parque de eventos de Americana e parou um instante para posar para fotos, receber presentes e agradecer aos fãs. “Gente, estou apertada para fazer xixi. Senão ficava mais com vocês”, disse às pessoas que se acotovelavam atrás do palco.
Pouco depois, equipes de televisão locais se misturavam a fãs de todas as idades. No camarim, decorado com um sofá branco, uma mesa com flores e outra com canapés, frutas e bebidas, Claudia estava surpreendentemente bem-disposta, apesar de ter levantado às 5h da manhã para passar por uma endoscopia no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. No exame, que a fez perder o desfile da Iódice, na São Paulo Fashion Week, ela descobriu que está com esofagite, uma inflamação da mucosa que recobre o esôfago.
“Isso é tudo causado por excesso de trabalho e falta de cuidado com a alimentação”, afirmou a QUEM. “Não digo que eu fiquei obcecada pela finalização do DVD porque é uma palavra muito forte, mas tive um momento em que eu me dediquei de maneira meio abusada àquilo ali. Eu percebi isso e fui para a casa de minha mãe. Agora, minha tristeza vai ser cortar o feijão”, disse ela.
Oxigênio de sobra

Em uma das levas de fãs que se seguiram às equipes de TV, um grupo de pessoas com jornais e revistas locais cercou a cantora, que não hesitou quando um deles pediu para que ela posasse com o jornal na mão. Depois de sorrir para as câmeras, ela folheou a revista e disse, com um quê de ironia que fez todos rirem: “Loira lê?”. Ao subir ao palco da festa do interior paulista, Claudia Leitte divertiu o público com suas tiradas e seu bom humor. Num determinado momento do show, quando o público se esbaldava com a coreografia da música “Caranguejo”, ela fez uma pausa e encarnou o texto de uma comissária de bordo: “Senhores passageiros, em caso de falta de ar, máscaras de oxigênio cairão sobre as suas cabeças”. Era o oxigênio que todos precisavam para continuar pulando ao som do axé. Oxigênio de que a própria Claudia vai precisar para continuar com o pé na estrada.
Parceria Total

Fonte: Quem
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